User:Wikidogooder/sandbox/ponta-de-seixas

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thumb|250px|Farol do Cabo Branco junto à ponta do Seixas. A ponta do Seixas é o ponto mais oriental do continente americano e consequentemente da parte continental do Brasil.[a] Localiza-se a leste da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, a quatorze quilômetros do centro da cidade e a três quilômetros ao sul do bairro de Cabo Branco.

Ao lado da ponta do Seixas, sobre uma falésia constantemente erodida pelas ondas, assenta-se o farol do Cabo Branco, construído na era militar e cujo formato em pé de sisal (triangular) apresenta 40 metros. Dele se tem a mais bela vista da orla e do oceano Atlântico de toda região.

Etimologia[edit]

A designação da ponta provém de uma tradicional família paraibana («os Seixas») cujo patriarca possuía junto ao local uma propriedade rural.[1] Esse ancestral de origem portuguesa, de sobrenome Rodrigues Seixas, estabeleceu-se na Paraíba ainda no século XVII.[1][2][b] O sobrenome Seixas é uma variação galego-portuguesa do sobrenome Sachs, que se originou no noroeste da atual Alemanha e que significa "pessoa da Saxônia".

História[edit]

Aferição definitiva do título[edit]

No período colonial, o cabo de Santo Agostinho em Pernambuco era considerado o extremo leste do Brasil e das Américas. Mas, com a evolução da cartografia por meio do uso de novas tecnologias, a ponta do Seixas na Paraíba e a ponta de Pedras em Pernambuco passaram a disputar a categoria de ponto mais oriental do continente americano.[4] A questão só foi resolvida quando uma comissão do Ministério da Marinha julgou oportuno que de uma vez por todas esse diferendo fosse dirimido.[4] Para isso, com permissão do Diretor Geral da Navegação local, foram designados os capitães-tenentes Newton Tornaghi e Rubens Figueiroa para determinar as coordenadas geográficas daqueles pontos extremos, tirando azimutes para todas as pontas circunvizinhas de modo a apurar aquela pequena disputa.[4][c]

Sendo assim, essa questão, que permaneceu esquecida por tanto tempo, foi finalmente esclarecida em 1941 pelos referidos oficiais, que determinaram com precisão as posições geográficas de ambas as pontas e estabeleceram definitivamente Seixas como o ponto mais a leste da costa continental brasileira.[4]

O historiador Horácio de Almeida, em seu livro História da Paraíba, volume 1, narra sobre a oficialização das coordenadas que deram ao acidente geográfico paraibano o título de «ponto extremo oriental do Brasil»:

«(...) No dia 5 de setembro [de 1941] foi observada em ponta de Pedras e no dia 12 no Cabo Branco. A sorte sorriu à Paraíba, pois que a ponta do Seixas, no Cabo Branco, é o ponto mais oriental do território nacional, sendo portanto o mais oriental das duas Américas. Aquela ponta paraibana avança gaihardamente cerca de 1683 metros para leste a mais que a ponta de Pedras.»[d][5]

Construção do farol[edit]

Em 31 de março de 1971, um concurso para escolha de um projeto arquitetônico do farol foi patrocinado pelo Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rego (CAMR), membro filiado da Associação Internacional de Sinalização Náutica (IALA). O vencedor foi o projeto apresentado pelo engenheiro-arquiteto Pedro Abrahão Dieb, então professor da Universidade Federal da Paraíba.[6][7]

Em 21 de abril de 1972, o farol foi inaugurado com o que havia de mais moderno equipamento técnico existente no Brasil.[6] A inauguração fazia parte das Festividades do Sesquicentenário da Independência do Brasil.[8]

A ponta e o farol[edit]

É comum confundir-se a ponta do Seixas com a falésia do Cabo Branco, que são formações geológicas distintas. A ponta, que é uma estreita faixa de praia de areia branca mais ao sul da barreira, é de fato o local situado mais a leste da América, e não a falésia do Cabo Branco em si, que é o local mais alto da região, sendo portanto, do ponto de vista da navegação marítima, o ideal para um farol.[9]

Influência na cultura[edit]

Em razão da importância geográfica para a Paraíba, está em andamento um projeto de plebiscito para mudança do nome da capital paraibana para Cabo Branco, que é o marco geográfico que identifica o município.[citation needed] Por esse caráter único, serviu de título para a música «ponta do Seixas», gravada em 1980 no LP Estilhaços, da cantora Cátia de França.[10][11]

Próximo ao farol foi projetado por Oscar Niemeyer um prédio de estrutura moderna que foi denominado Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes.[12] O projeto foi inaugurado em 3 de julho de 2008 e seu complexo possui mais de 8500 m² de área construída no bairro do Altiplano Cabo Branco.[12] A Estação tem a missão de levar gratuitamente à população cultura, arte, ciência e tecnologia.[12]

Ver também[edit]

  1. ^ Algumas ilhas brasileiras estão ainda mais a leste, como Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo e Trindade e Martim Vaz, sendo este último arquipélago o ponto mais oriental do território brasileiro. Embora errônea, a grafia «do Seixas» foi muito usada bibliograficamente por desconhecimento da origem do nome.
  2. ^ A palavra seixas é de origem hebraica e significa «pomba», e no brasão de família consta tal ave.[1][3]
  3. ^ A ponta de Jacumã é o segundo ponto mais oriental do país, após Seixas–Cabo Branco.[4]
  4. ^ As coordenadas foram determinadas pelos processos de alturas iguais, empregando-se um astrolábio de crisma tipo S. O. P.
  1. ^ a b c José Roberto de Alencar Moreira (2000). "História da família Seixas de Alencar" (PDF). Genealogia Pernambucana. Retrieved 17 September 2015.
  2. ^ Mª Alice de Seixas Maia Gouveia. Os ancestrais da praia do Seixas. Autoedição.
  3. ^ Confraria do IHGP (1912). Revista do IHGP, Volumes 3-4. Imprensa Nacional.
  4. ^ a b c d e Da redação (1949). "Boletim Geográfico – Ponto mais oriental do Brasil" (PDF). IBGE. Retrieved 17 September 2015.
  5. ^ Horácio de Almeida (1978). História da Paraíba, volume 1. Editora Universitária (UFPB).
  6. ^ a b Adm. da DHN (1976). 1876-1976, centenário de fundação da Diretoria de Hidrografia e Navegação. A Directoria. p. 174.
  7. ^ Flávio T.B. Pereira (2008). Difusão da arquitetura moderna na cidade de João Pessoa (1956–1974). Universidade de São Paulo (USP). {{cite book}}: |access-date= requires |url= (help)
  8. ^ Adm. pública (1974). Mensagens à Assembleia Legislativa, 1973 e 1974. A União. p. 236.
  9. ^ Patrimônio de Todos
  10. ^ Da redação (18 November 2014). "Agenda de shows: Cátia de França". Globo.com. Retrieved 17 September 2015.
  11. ^ Adm. do sítio web (2010). "Rumos música 2007-2009 brasil – programa 11". Instituto Itaú Cultural. Retrieved 17 September 2015.
  12. ^ a b c Adm. do sítio web (2014). "Estação Ciência: Oscar Niemeyer". Prefeitura de João Pessoa. Retrieved 15 September 2015.

Ligações externas[edit]


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