Pedro Fernandes de Bragança

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Pedro Fernandes I de Bragança
Rico-homem/Senhor
Senhor da Casa de Bragança
Reinado c.1160-c.1195
Predecessor(a) Fernão Mendes II
Sucessor(a) Fernão Fernandes

Mordomo-mor do Reino de Portugal
Reinado 1169-1175
(com Vasco Sanches de Celanova até 1172)
Predecessor(a) Gonçalo Mendes de Sousa
Sucessor(a) Vasco Fernandes de Soverosa
Tenente régio
Reinado Portugal:

Leão:

Nascimento Antes de 1130
  Reino de Portugal
Morte Depois de 1195
  Reino de Leão ou Reino de Portugal
Cônjuge Fruilhe Sanches de Celanova
Descendência Garcia Pires, Senhor de Ledra
Fernão Pires
Vasco Pires
Nuno Pires
Sancha Pires
Teresa Pires, Senhora de Baião
Dinastia Bragançãos
Pai Fernão Mendes II de Bragança
Mãe Teresa Soares da Maia
Religião Catolicismo romano

Pedro Fernandes de Bragança (antes de 1130 - depois de 1195)[1], foi senhor de Bragança, um rico-homem e cavaleiro medieval do reino de Portugal e ainda mordomo-mor de D. Afonso Henriques entre os anos de 1169 e 1175,[1] e depois na corte dos primeiros anos de D. Sancho I até 1194.[1]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Pedro era filho primogénito de Fernão Mendes II de Bragança e da sua primeira esposa, Teresa Soares da Maia, pertencendo desta forma a uma das mais notáveis linhagens do Reino de Portugal, os Bragançãos. Esta família reveste-se de especial importância, pois para além do seu domínio incontestável na atual região de Trás-os-Montes, que integrava os seus domínios fronteiriços, que podiam facilmente mudar a fação do reino que apoiava (entre Portugal e Leão), destacava-se a sua reputação de valentes guerreiros[2]. A acrescentar a estas qualidades, e a acreditar nos Livros de Linhagens, o seu trisavô, Fernão Mendes I, teria casado com uma infanta filha de Afonso VI de Leão, dando-lhe desta forma um poder equiparável ao do seu suposto cunhado Henrique de Borgonha.

Na corte[editar | editar código-fonte]

Quando se compara a sua carreira curial com a do seu irmão, Pedro surgiu relativamente tarde na corte (1162), pois o seu irmão mais novo, Mem Fernandes II de Bragança, havia sido já alferes-mor entre 1146 e 1147, e migrara para Leão em 1156, onde desempenhara nova alferesia[3].

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Pedro Fernandes terá aparecido na corte pela primeira vez em dezembro de 1162, quando confirma o foral concedido a Mós[4]. Por esta altura deteria já o cargo de tenente de Bragança que lhe foi atribuído, tradicional na família e geralmente na posse dos seus chefes. Em 1186 surgiu também com a tenência de Viseu.

O seu casamento com Fruilhe Sanches de Celanova era já tradicional na linhagem no que diz respeito ao seu caráter régio, uma vez que a mulher era, pelo lado materno, sobrinha de Afonso I de Portugal[4]. Ao mesmo tempo, por esta mesma ligação, era sua "co-irmã", já que Sancha Henriques, a referida irmã daquele monarca, era também sua madrasta[4]. Aparte a ligação muito próxima entre os nubentes, Pedro tentou aproximar-se também de magnates influentes na corte, e o pai de Fruilhe, Sancho Nunes de Celanova, fora um deles, dado que combatera na Batalha de São Mamede ao lado do então infante Afonso contra a fação da mãe deste, Teresa de Leão.

Contudo, foi a Mordomia-mor, ao lado do cunhado, Vasco Sanches de Celanova[5], que fez com que Pedro de facto sobressaísse na corte. Os dois cunhados parecem desempenhar o cargo simultaneamente até 1172, data a partir da qual Pedro começa a confirmar-se como único mordomo, e assim se manteria até 1175[5], quando foi substituído.

Apesar de ter sido destituído, Pedro continua a estar documentado, pelo menos em Portugal, até 1190.

Em Leão[editar | editar código-fonte]

À semelhança do seu irmão, é provável que em determinado momento tenha deixado a corte portuguesa para se instalar em Leão, onde terá servido Afonso IX, dado que surge em 1193 como tenente da Extremadura. Pedro poderia na verdade estar a desempenhar o cargo desde 1190, e ter continuado a exercê-lo até 1195[4].

Pedro está documentado até 1195, tendo provavelmente falecido pouco depois desta data.

Papel fundiário[editar | editar código-fonte]

Pedro e Fruilhe eram proprietários[6] de diversos bens em vários julgados transmontanos. Pedro herdou os haveres das localidades de Torre de Dona Chama e vizinhas, no concelho de Mirandela. A freguesia de Algeriz é referenciada nas inquirições como uma povoação honrada, pertença de filhos e netos de D. Pedro Fernandes de Bragança, bem como da Ordem do Hospital. Esta ordem foi uma das mais beneficiadas pelas doações de Pedro e da sua esposa, que incidiam sobretudo nas terras de Mirandela e Ledra, como o couto de Sambade, em Alfândega da Fé[4].

Ainda nesse julgado, Pedro doou a freguesia de Vilarelhos, situada na margem esquerda da Ribeira da Vilariça, no vale da Vilariça (no coração do nordeste transmontano) ao Mosteiro do Bouro.

Matrimónio e descendência[editar | editar código-fonte]

Pedro desposou, em data incerta, Fruilhe Sanches de Celanova,[7] filha de Sancho Nunes de Celanova e de D. Sancha Henriques, infanta de Portugal, de quem teve:

Referências

  1. a b c d e f Mattoso 1982, p. 67.
  2. Calderón Medina & Ferreira 2014, pp. 8-9.
  3. Sottomayor-Pizarro 2007, p. 853-854, n. 14.
  4. a b c d e Sottomayor-Pizarro 2007, p. 858-859, n.14.
  5. a b Ventura 1992.
  6. Pedro e a esposa são muitas vezes referidos nas inquirições de 1258, mandadas fazer por Afonso III de Portugal.
  7. a b c d e f g h Sottomayor-Pizarro 1997, p. 230-235.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Pedro Fernandes de Bragança
Bragançãos
Herança familiar
Precedido por
Fernão Mendes II
Senhor de Bragança
1160-c.1195
Sucedido por
Fernão Fernandes
Ofícios políticos
Precedido por
Gonçalo Mendes I de Sousa

Mordomo-mor do Reino de Portugal
1169-1175
(com Vasco Sanches de Celanova até 1172)
Sucedido por
Vasco Fernandes de Soverosa


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